(Tela de Tarsila do Amaral)
Os pés do poeta detêm
o limite exato
de cada passo.
E o Tempo repassa
as dores com juros,
Ciência e Arte.
Os pés do poeta retêm
a possibilidade
de cada pegada.
E o vento devasta
as cores com louros,
insônia e Arte.
Os pés do poeta encantam
apenas os médicos,
senhores de bisturis e suturas.
(Assim ele transporta nua
sua terrível verdade crua)
E o Tempo revela-esconde
o escasso prazer que permeia
um andar quase impossível.
Jairo de Britto, em "Dunas de Marfim"
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