(Tela de Edgar Degas)
A bárbara idade dos olhos,
que inquietos passeiam a face
e pousam lascívia e brilho
nos pares próximos.
A bárbara idade dos sonhos,
que despertos parecem eclodir
como aves de rapina ao relento.
A bárbara idade dos falos,
que compõem o rito dos signos
e explodem consoantes de si.
A bárbara idade dos amantes,
que sorvem o Tempo
com sonhos quase perpétuos,
além de caras carícias úmidas.
A bárbara idade se revela
encantamento próprio;
faz desfilar o cortejo de atos
que embalam sonhos e súplicas.
Jairo De Britto, em "Dunas de Marfim"
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