(Primeiro Rascunho)
I
Sobrevoando a floresta,
que acolhe e alimenta seus sonhos,
vislumbro curso e recursos do rio que,
de janeiro às águas de março,
acalentam os animais que povoam,
da minha menina esperta,
toda a fronte e fortes ombros.
II
Sobrepesando a festa,
descubro cobras e ursos,
paturis e gansos, garças e peixes
que habitam o lago à espreita
dos humores de águias e tigres:
que invadem o aquário secreto
da minha mulher, amante, sol, lua,
prima e vera cigana menina.
III
Tanto quanto tão pouco sei,
ela caminha sobre nuvens travessas.
Sobrenado e circundo sua íris, sua boca;
afago seus olhos e seios salgados.
IV
Insone e alerta, eu sei daquilo que poupa
e alimenta seus sonhos!
Então, devoro suas dálias,
dunas, fauna, cartas e cores avessas...
(Portanto, quando ela adormece,
eu Sou - e algo mais Sei!)
Jairo De Britto,
em "Dunas de Marfim"
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