Na esquina ou curva
Ivo não viu doce uva.
(Lêdo – enganou a chuva nos arrecifes)
No Primário da Vida
José reviu as pedras.
(Carlos – artífice de Minas em descaminhos)
No cruel avançar dos anos
Maria rasgou seus planos.
(“Virgem” – em vil subversão)
Na ciranda das lendas
Jorge fincou sua espada.
(Guerreiro – Ogum na Terra e Aruanda!)
Nos rios da sua Belém aldeia
Nilson viu a maior teia.
(Chaves – Alma e Voz da Amazônia)
Na floresta dos sexos
Oscar não viu anexos.
(Mas um Retrato de Dorian alegrias e dores)
Na vã história do amor
Rosa viu ovos de ferro.
(Gertrude, em Paris, – o sabor da palavra)
Na clave afiada da ária
Pessoa descobriu sua Pátria.
(A Língua – de Um e Tantos nomes)
No “culto” país escravo de velas
Tarsila explodiu suas telas!
(Festa da Semana – ousadia na Paulicéia)
Nos seus caros versos eternos
Manuel escondeu infernos.
(Alegre ou triste – ele nos alimenta)
[Assim, o Verbo dos séculos em línguas,
– reedita com Raul os fatos:
Ardis contidos nos olhos atentos
de Cobra Norato]
Jairo De Britto,
em Dunas de Marfim