O abandono não tem tempo
nem dono; não tem face:
não há ventania que o disfarce.
O abandono não tem o Tempo
como senhor; ignora a dor:
não diferencia alma ou cor.
O abandono não tem tempo
a perder; parece saber tudo:
o corpo que fere, o quê torna
o próximo espírito mudo!
O abandono não tem o Tempo
da Infância; cedo aprendeu dela
a exata e definitiva distância.
O abandono não tem o tempo
manifesto de forma clara: engana
sem mais saber; de ninguém tem rol
ou dó: falta-lhe um simples farol.
O abandono é substantivo, solitário,
vítima do assédio infante e vário:
só toma consciência do outro,
quando sob a terra já o tem morto!
*Jairo De Britto,
em “Dunas de Marfim”
Sem palavras para definir meus sentires diante de tão eloquente poema, Jairo.
ResponderExcluirDeixo meu abraço, sempre presente, sendo o bastante pensar nele para vocë se sentir ternamente abraçado.
Carmen Regina
Carmen Regina, Caríssima Poeta:
ResponderExcluirGrato por sua Atenção, Apreciação e constante, estimulante e carinhosa Presença em minha Vida - sempre: nos momentos mais difíceis, assim como nos mais prazerosos. Alma Irmã que merece minha Eterna Gratidão!
Beijos Cordiais - de Vitória!