Creio ser algo maior
– além de mera e fugaz
"matéria de sonho".
Algo quase tão
– insuportavelmente belo:
Quando em excelência
melhor cultivado;
Quando irrompe altivo
após chuva sobre o arado;
Quando não abriga ou tolera
riso, rima ou vereda menor!
Algo, sim – que nos alimenta
e salva da feroz vilania
do existir absurdo;
Da cotidiana demência.
Da cruel verdade e falácia:
Ambas – não privilégio
de tristes tempos nossos.
Algo que quase Tudo pode
abarcar – e que nada quer
ou pretende explicar:
Mas que, ainda assim,
sempre lemos levados por
curioso prazer – até o fim!
*Jairo De Britto,
em “Dunas de Marfim”